domingo, 31 de maio de 2009

Despedaçada

Abri os olhos
O sonho havia acabado
Talvez até nem tenha existido
Foi tão irreal, tão impossível
Acabei perdendo a noção de quantas vezes implorei para acordar
A liberdade perdeu a sua força



A flor já não tem mais o mesmo brilho
Não exala o mesmo perfume
Não é dada como um presente
Foi pisada, despedaçada, excluída
Já não há mais importância
A realeza da qual ela fez parte um dia
Tornou-se um cantinho num quarto escuro
Aquela flor
A sua flor
Tão bela, tão delicada
Já não recebe água
Aos poucos perde a vida
Mas, ela é só uma flor
Nasce, cresce, recebe sorrisos, perde a relevância e vira brincadeira de "bem-me-quer" e "mal-me-quer".



Ana Claudia Machado

terça-feira, 5 de maio de 2009

Súplica

Já é chegada a hora de acreditar que será diferente
Mesmo quando as evidências tentam te desanimar
Sempre sobra um espaço:
é exatamente a medida daquilio que você sente
entre aquilo que você desejaria sentir
Somos tão fortes juntos
a fraqueza se esconde nessa distância
a distância dos olhares, dos toques, dos sentimentos, da alma...
Leva com você tudo o que sou...
com toda a simplicidade de sorrir quando estamos felizes
e com toda a dificuldade com que uma criança aprende a dar os primeiros passos...
Venha caminhar comigo
seja meu abrigo!
Procuro o seu olhar para me refugiar,
mas nem tudo que desejamos conseguimos realizar...
Não tentarei correr do abismo
por mais que eu já tenha tentado
A sensação de correr riscos por você não parece aceitável...
Entretanto, já sinto falta da sensação de perigo
Não vou mais evitar os seus sussurros....
mesmo porque, eu já não consigo
Já perdi muito tempo verificando o que é certo e o que pode ser errado...
e agora não tenho muitas certezas de tudo que pude formular a seu respeito
Só te peço que não volte atrás
Porque eu já não consigo mais sem você
Já é muito tarde para dizer não...
E está mais do que na hora de acreditar no sim!
Não podemos esperar mais
Não é apenas mais um pedido, é uma súplica!
E, não se esqueça que a pretensão do sonho é tornar-se realidade!
Ana Claudia Machado