quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Refém


O meu sorriso depende do seu
A sua presença me recria,
torno-me outra...
Me desprendo da realidade
Agarro-me a loucura!
No deserto dos sentimentos chove
Na leveza da noite um pesadelo
Sombras estranhas me guiam
Algo inusitado acontece.
A escada que sobe é a mesma que desce.
Me leva ao topo e ao mesmo tempo estremece.
Um longo olhar vem de longe e me aquece
Por um instante o relógio pára
os lábios mais quentes se deixam encontrar
Um momento de glória fica no ar
As mesmas sombras reaparecem,
te levam pra longe e não obedecem
Um novo dia surge.
Sem garantias nenhuma,
essas mãos agradecem.




Ana Claudia Machado

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Respostas


E por quantas vezes já não me fiz a mesma pergunta?
Temo já saber a resposta....
A angústia insiste em me perturbar...
Atravessa os limites do tempo....
Transborda através dos meu gestos.

Há que se entender, ao menos, que existem perguntas que ficam sem respostas,
Que nem todos os sonhos são realizados
Que nem toda semente dá frutos,
Que nem toda busca chega ao fim.


Entretanto, aquilo que hoje é 'parte',
já esteve presente num 'todo'
e, por isso, não suporta a idéia da divisão.



Ana Claudia Machado

domingo, 11 de outubro de 2009

Fases


Era como um vazio...
Quando se sentia pequena lembrava que era forte,
Quando ameaçava chorar buscava os amigos,
Tinha vezes que lamentava tremenda dor em tão pouco tempo,
Mas logo se lembrava que em meio a tanto sofrimento também havia felicidade.
É bem verdade que não havia equilíbrio entre essas duas fases...
Elas coexistiam de forma intensa e ao mesmo tempo frágil.
Bastava pouco para uma superar a outra, e quando as batalhas chegavam ao fim,
ninguém sabia ao certo se era o momento de sorrir ou de chorar...
A confusão estava sempre prestes a aparecer:
por vezes com um sorriso triste...e muitas outras com um choro contente...
Não era necessário se esconder quando sentia medo,
a constante ameaça lhe dava força.



Ana Claudia Machado