terça-feira, 21 de outubro de 2008

A um ausente

"Tenho razão de sentir saudade,tenho razão de te acusar.Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.Detonaste o pacto.Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocaçãoaté o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas.Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si,o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?


Tenho razão para sentir saudade de ti,de nossa convivência em falas camaradas,simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste."
(Carlos Drummond de Andrade)

E isso basta....
basta??
Basta acreditar que apenas isso me basta?
Basta acreditar que a saudade não se basta?
ou basta?
É isso que nos basta??

E a saudade persiste...
insiste e resiste!


.....





1 comentários:

Unknown disse...

koji diz :] basta somente saber o significado de saudade...
basta saber o que para o outro é saudade ou então basta então viver na solidadao pois nem saudade mais se pode sentir daquilo que ja não se deve sentir saudade...
saudade... saudade ... o que é saudade pra ti não a mesma saudade pra mim !!!